07/03/2011

MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS

Howard Gardner após estudos sobre a inteligência, em 1983 anunciou que existem evidências, que a inteligência não é única, e sim que são diversas as competências intelectuais humanas.

Dessas diversas inteligências fazem parte a lógico-matemática, lingüística ou verbal, musical, espacial, corporal ou cinestésica, interpessoal, intrapessoal e a pictórica.

Na verdade, essa teoria explica que existem múltiplas inteligências, porém cada uma é distinta da outra, ou seja, cada pessoa possui todas as inteligências, porém algumas se sobressaem às outras, daí as “preferências individuais”.

É necessário dizer que as inteligências interagem, e na verdade, nenhum problema seria resolvido se não pudessem trabalhar juntas.

Gardner não estava interessado na quantidade de competências que podem se associar à inteligência, mas sim no caráter múltiplo que a inteligência apresenta e na teia de relações que se estabelece entre todas as dimensões.

Não há competência mais importante que outra. Todas são iguais em grau de importância.

A inteligência lógico-matemática está associada ao raciocínio dedutivo, solução de problemas lógicos e numéricos e ao pensamento científico. Esta inteligência envolve a capacidade de reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos (como números e formas geométricas), assim como discernir relacionamentos ou então, ver conexões entre peças separadas ou distintas. Relaciona-se também, à capacidade de manejar habilmente longas cadeias de raciocínio, elaborar perguntas que ninguém fez, conceber problemas e levá-los a diante.

A inteligência lingüística é manifestada no uso da linguagem (seja ela escrita, falada ou através de outro meio), no significado das palavras; pela capacidade de seguir regras gramaticais e usar a linguagem para convencer, estimular, transmitir informações ou simplesmente agradar. Ainda é responsável por todas as complexas possibilidades lingüísticas, entre elas, a poesia, as metáforas, o raciocínio abstrato e o pensamento simbólico. Aparece de forma acentuada nos poetas, escritores, publicitários, etc.

A competência musical está ligada à percepção formal do mundo sonoro.
Baseia-se no reconhecimento de padrões tonais (incluindo sons do ambiente) e numa sensibilidade para ritmos e batidas. Inclui também capacidades para o manuseio avançado de instrumentos musicais.

A inteligência espacial é a capacidade de formar modelos mentais (imagens) e operar com tais imagens. A imagem não é necessariamente visual, pode ser construída uma imagem tátil, por exemplo, que é o que geralmente faz uma pessoa cega ao tatear objetos. Esta inteligência lida com atividades como as artes visuais, a navegação, a criação de mapas e a arquitetura.

A inteligência corporal-cinestésica está relacionada com o movimento físico e com o conhecimento do corpo. É a habilidade de usar o corpo para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal) ou praticar um esporte, por exemplo. É evidente nos artistas e atletas.

Incluída depois na lista das inteligências, a pictórica se manifesta nas crianças através dos desenhos antes mesmo que a linguagem escrita lhes seja acessível.

Por último, mas não menos importante, estão as inteligências interpessoal e intrapessoal.

A interpessoal opera, primeiramente, baseada no relacionamento entre pessoas e na comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não-verbal. Constrói a capacidade de perceber, por exemplo, alterações de humor, temperamento, motivações e intenções de outras pessoas. Em sua forma mais avançada a pessoa consegue ler, mesmo que os outros tentem esconder, os desejos e intenções, podendo ter empatia por suas sensações, medos e crenças.

A intrapessoal está relacionada aos estados interiores do ser, à auto-reflexão e à sensibilidade perante as realidades espirituais. Podemos dizer que é a capacidade de formar um conceito verídico sobre si mesmo, pois envolve o conhecimento dos aspectos internos de cada um, como o conhecimento dos sentimentos, a intensidade das respostas emocionais, a auto-reflexão e um senso de intuição avançado.

Enquanto acreditávamos que a inteligência era única, a escola trabalhava para desenvolver os alunos “inteligentes”. Assim, todas as atividades eram iguais para todos os indivíduos e aqueles que não conseguiam se sair bem eram considerados fracos, atrasados e pouco inteligentes. As escolas eram organizadas para garantir que os alunos mais talentosos se sobressaíssem.

Muitas falhas foram percebidas nesse ensino seletivo. Uma delas foi o alto índice de reprovação e a evasão escolar.

Algumas escolas, hoje em dia, ainda mantêm essa concepção classificatória, porém ao conhecer a Teoria das Inteligências Múltiplas, já podem pensar numa educação bem diferente.

O projeto pedagógico da escola de hoje, deve levar em conta, que as crianças têm necessidades diferentes, percebem informações de diversos modos e os conceitos são assimilados de acordo com estruturas motivacionais e cognitivas diversas. O propósito da escola deve ser o de desenvolver harmoniosamente todas as competências.

Uma das vantagens da Teoria das inteligências Múltiplas é que nos permite enxergar os alunos como pessoas com interesses e habilidades diferentes e, dessa forma, agir com mais sensatez e sensibilidade.

Outra vantagem é o fato de podermos observar as competências nos indivíduos e saber que eles podem desenvolver intensamente uma ou mais inteligências, isso possibilita a verificação da prática pedagógica e do sucesso docente.

O terceiro ponto importante, refere-se a avaliação, pois de acordo com a teoria, o professor deve pensar em avaliações que permitam verificar as diferenças de cada aluno e elaborar estratégias de trabalho diversas, para atingir todos os indivíduos.

A escola ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:

• Nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem aprendem da mesma maneira.
• Ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.
• A tarefa dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender as capacidades e interesses dos alunos de uma escola.
• A tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos de aprendizagem.
• Um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser construído para transformar essas visões em realidade.

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